domingo, 20 de maio de 2018

O último dos Arctic Monkeys, meus 27 anos e a zona de conforto

O último dos Arctic Monkeys, meus 27 anos e a zona de conforto
Estava muito ansiosa pra ouvir o álbum novo do Arctic Monkeys, que foi lançado na última semana. Eu já sabia que ia ser algo diferente de tudo aquilo que eles haviam feito e saber que uma de suas bandas preferidas está vivendo uma fase de mudanças sempre dá um frio na barriga. Mudar dá um frio na barriga, ponto. Tem horas que a gente não quer, mas a vida sempre se encarrega de entregar uma novidade, porque o universo nunca para por mais que a gente peça. 

Alex Turner por EB Leung, um dos maiores compositores da minha geração
Todas as vezes que algo novo está pra acontecer, eu lembro que se os Beatles nunca tivessem tido o anseio de se reinventar, não teriam sido a maior banda de todos os tempos, até agora. E foi com esse coração aberto que ouvi Tranquility Base Hotel + Casino, dos Monkeys, que fez com que eu percebesse que não era a única a ter me tornado adulta na última década, mas também tudo aquilo que eu carregava – incluindo as minhas bandas preferidas

Chega a ser curioso escrever um texto sobre mudanças, eu que sou a maior fã da zona de conforto que esse universo já conheceu. Todas as coisas que fazem parte de quem eu sou foram criadas no conforto e na vontade de não mudar. Tem horas que me surpreendo comigo mesma por ter encarado um intercâmbio e passado tanto tempo fora de casa, um lugar que nem sei mais onde é. O que eu vou dizer não é fácil pra mim também, mas zona de conforto não nos leva a lugar algum a não ser onde já estamos. O que pra mim é sempre um pensamento de ótimo, só que não é bem isso que o nosso eu do futuro está esperando da gente. 



Completar 27 anos mudou algo em mim. Na verdade, entrei numa crise de idade que não havia tido na vida até então. Pela primeira vez comecei a achar meio ridículo não ter vivido algumas experiências a esta altura do campeonato e ter passado tantos anos gostando e fazendo as mesmas coisas. Bom, antes que você comece a concordar com essa frase minha, já vou dizer que ela é absurda. Eu sei que a sociedade nos coloca certas ansiedades e cobranças sobre como nossa vida deve ser vivida, mas as coisas não são bem assim. As nossas decisões em certos períodos podem não fazer muito sentido agora, mas era isso que você tinha naquele momento e é importante saber entender e respeitar as nossas fases.

Você já imaginou ter parado sua transformação na adolescência? Então por quê esperamos sempre ser os mesmos só porque a zona de conforto é maravilhosa? Ainda que eu esteja com dificuldades de me reconhecer nas coisas de que sempre gostei, eu sei que esses momentos de reflexão sobre a nossa identidade existem pra encontrarmos uma nova versão de nós mesmos. Pra que a gente seja um álbum novo de uma banda antiga e pra descobrir qual é o próximo sonho que vai nos mover.



Pode ser que de início não tenhamos gostado das músicas novas por buscar aquela zona de conforto que aquece o coração, só que no final é um disco pra quem a gente é agora. Nós vamos sempre carregar Fluorescent adolescent, que vai estar pronto pra quando precisarmos revisitar o passado, mas nós somos um novo alguém e com uma nova trilha sonora.



Sandy Quintans

@sandyquintans

segunda-feira, 30 de abril de 2018

6 coisas que não consigo parar de amar

6 coisas que não consigo parar de amar
Já faz algum tempo que estou com vontade de fazer um post com algumas indicações de coisas que estou amando, mas que não necessariamente eu queira escrever um texto completo. A ideia é trazer coisas bem aleatórias, sem muita regras. Então resolvi unir algumas coisas que estou amando muito em um post só:

Poster lindo do lofidreams à venda aqui

Call me by your name 


Desde a maratona do Oscar, eu tenho me dividido em assistir repetidamente Lady Bird (que já escrevi aqui sobre) e Call me by your name. Eu não consigo superar meu amor por esse filme, não só porque ele é maravilhoso, mas também porque ele é sensacional. Eu gosto de tudo nessa obra prima, a fotografia, a atmosfera, o roteiro, os atores, a trilha sonora. É um casamento perfeito de todos elementos que formam um filme. 


Beyoncé no Coachella 


No dia seguinte ao show da Beyoncé no festival de Coachella a gente não conseguia parar de falar em outra coisa. Essa mulher é um tiro, né? Quando nós achávamos que ela tinha chego ao seu auge, ela vai lá e faz de novo três vezes melhor. Fiquei impactada com a performance nesse show por ser a mistura perfeita entre a era pré-Formation e a atual – isso sem contar aquele banda maravilhosa! Infelizmente não vai ser muito fácil achar os vídeos completos dessa apresentação, mas faça um favor a você mesmo e assista pelo menos a trechos.


Wild wild country 


O que eu vou dizer pode ser meio esquisito, mas meu gênero preferido de séries são as documentais e acho que devemos muito disso a Netflix. Basicamente, eles mostraram pro grande público que documentário não necessariamente tem que ser entediante. Um dos mais recentes triunfos nesse sentido foi a série Wild wild country, que acabei de terminar de assistir nesse final de semana. É um documentário com uma história meio bizarra, com um roteiro bem escrito e completamente envolvente. 


Chef’s Table 


Ainda na onda das séries documentais da Netflix, essa é uma obra prima pra todos aqueles que são apaixonados por comida como eu. Eles acabaram de lançar a quarta temporada sobre confeitaria, que tem como único defeito só ter quatro episódios. Basicamente, eles retratam o trabalho e carreira de um chef de cozinha a cada episódio, geralmente reconhecido mundialmente por fazer algo extraordinário. Inclusive, em uma das temporadas tem um dedicado exclusivamente a Alex Atala, que ficou sensacional.


Doma Arquitetura   


Essa pode ser uma indicação meio fora da curva, mas eu sou maravilhada por esse canal. Depois que eu descobri, fiz maratona de todos os vídeos, porque é tudo tratado de forma leve, divertida e extremamente informativo. Não tenho nenhuma intenção em engajar numa obra nem tão cedo, mas as dicas são maravilhosas e agora sei várias coisas sobre acabamento e projetos. Se você se interessa por arquitetura, talvez esse seja o seu canal da vida. 


Os looks do Harry Styles


Não é segredo que Harry Styles é o meu crush. Grande parte desse sentimento está ligado ao guarda-roupa sensacional dele, já que ele não têm medo de quebrar rótulos de gêneros, misturar texturas e coisas ousadas. E agora que ele está em tour, cada dia que eu abro o Twitter é um tiro novo me esperando com um look, todos bem temáticos com os países que ele tá visitando. Adoro como ele se joga em cores, estilos e não tem medo de errar, mesmo que de vez em quando as escolhas pareçam duvidosas – mas nunca são. Um minuto de silêncio para os looks de Harry Styles e sua banda, por favor:


Sandy Quintans
@sandyquintans

sábado, 7 de abril de 2018

Playlist do P! - Músicas tão lindas que até dói

Playlist do P! - Músicas tão lindas que até dói
Esses dias eu e a Helen resolvemos reunir uma playlist só de músicas lindas. Eu fiquei meio que surpresa com a quantidade de ideias que fomos tendo pra colocar nessa compilação. Com tanta música bonita no mundo, como podemos perder tempo com aquelas que não são lindas, né? Pra essa playlist, decidimos que valeria canções de todas as épocas, nacional e internacional, mesmo que nem sempre elas tenham a ver entre si. A única regra aqui é que era preciso que a música fosse tão linda que desse vontade de deixar no repeat ou que depois que terminasse de ouvir a gente dissesse "nossa, que coisa mais bonita". É claro que beleza é muito subjetiva, as coisas que nos tocam e nos emocionam pode ser que não sejam as mesmas pra você. Porém, estou certa de que aqui poderá encontrar pelo menos uma música tão linda assim. 


Mas esteja avisado de que talvez você possa morrer de amores depois de apertar o play:


Pra encerrar a playlist de hoje, decidimos deixar uma bônus track aqui - como há muito tempo não acontecia -, com a música mais lindas de todas as músicas lindas: Eu amo você, do Tim Maia. Afinal de contas, ele era basicamente o cara das composições mais bonitas de todas: 


Sandy Quintans
@sandyquintans

domingo, 25 de março de 2018

6 espaços na internet que empoderam mulheres o ano inteiro

6 espaços na internet que empoderam mulheres o ano inteiro
No começo do mês tivemos o Dia Internacional da Mulher, no dia 8 de março. Acabou que aqui pelo blog nem tocamos nesse assunto, até porque no ano passado tivemos um texto que falava um pouco sobre as nossas experiências do que é ser mulher que continua muito forte e atual – você pode ler aqui. A verdade é que eu não gosto do dia 8 de março, porque isso significa que eu não vivo em uma sociedade igualitária, que torna necessário a existência de um dia específico pra nos lembrar disso. Não que eu ou você precise lembrar disso, afinal, se você for mulher, isso nunca foi uma questão esquecida. 

Mas ao mesmo tempo que preferia que este dia não existisse, ele é ainda é totalmente necessário. Continuamos vendo mensagens e homenagens, totalmente fora fora do tom e mostrando o porquê ainda temos que continuar discutindo e discutindo, até que esse dia realmente não seja necessário. Mas ao invés de focarmos em campanhas sazonais, resolvi fazer uma listinha de projetos que falam com e sobre mulheres o ano inteiro, uma forma de nos mantermos empoderadas sempre. Além de claro, ser feito por nós.

GIF maravilhoso da Siiri Väisänen

Think Olga - Acredito que esse é o projeto mais importante que temos no Brasil, atualmente. O Think Olga é uma ONG reconhecida internacionalmente, que busca distribuir informações sobre temas pertinentes para nós, mulheres. Pelo site é possível acompanhar todas as últimas campanhas, pesquisas e também textos importantíssimos. Também acho que vale a pena a visita no canal do Youtube, que sempre entrevistas e debates interessantes.
Gênero e Número - Esse é um dos meus espaços preferidos. Trata-se de uma organização de mídia focado em jornalismo de dados, especificamente pra falar sobre gênero. O trabalho que elas fazem é extremamente importante, por entregar um material riquíssimo de estatísticas pra entendermos a dimensão da desigualdade entre gêneros que ainda enfrentamos - além, é claro, de trazer diversos recortes dentro do feminismo.

Valkirias - Pra quem é fascinado por cultura pop como eu, esse site é simplesmente um paraíso. Nada mais é que um coletivo de mulheres escrevendo sobre esse universo que é tão disseminado, porém quase sempre com um olhar machista. No Valkirias, o trabalho é feito por um grupo empoderado, de forma crítica e sempre com um recorte feminista, levantando várias questões interessantes. Quase todos os dias estou por lá e nunca saio decepcionada com nenhuma resenha.

Capitolina - Essa é basicamente a revista que você gostaria de  ter lido na sua adolescência, mas não pode. Capitolina é um projeto independente que traz textos voltados para garotas adolescentes, nos mais variados assuntos do universo feminino. As edições são temáticas e trazem diversos autores, tudo voltado pra desconstruir e trazer uma luz pra essa fase complicada de crescimento e amadurecimento. Eu particularmente sou tão apaixonada por esse espaço, que também tenho uma das edições dos livros físicos.

Blogueiras Negras -  Assim como o nome sugere, esse é um coletivo de autoras negras que tratam dos mais variados assuntos dentro desse recorte. É um dos espaços mais importantes que temos atualmente na internet pra entender e debater questões raciais, tudo atualizado semanalmente. O trabalho se originou em um projeto que buscava incentivar produção de textos por mulheres negras e atualmente conta com mais de 200 autoras. 
 
Cientista que virou mãe -  Essa é a primeira plataforma brasileira com conteúdo produzido por mães, tudo financiado coletivamente. A Lígia é uma cientista que há alguns anos descobriu que estava grávida de um relacionamento recém iniciado e estava completamente perdida no universo da maternidade. Até que começou a pesquisar e registrar tudo num blog, que hoje é um projeto que envolve autoras das mais diversas áreas escrevendo sobre as dificuldades e angústias de ser mãe.

Obviamente, essa listinha é só uma pequena amostra da quantidade de projetos que estão dentro e fora da internet que visa acolher e empoderar mulheres. Existe uma grande quantidade de meninas produzindo conteúdo - e queremos ver muito mais! - e disseminando informações pela internet afora, por isso adoraria saber quais são os que você acompanha pra conhecer também. Afinal, juntas somos mais fortes, sim.

Sandy Quintans
@sandyquintans
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